Este estudo bem como muitos outros que vêm se desenvolvendo paralelamente, surgem a partir da necessidade primeira de esbarramos com os paradoxos que acompanham a nossa sociedade humana caótica, à beira de crises ecológicas e políticas. Há alguns milênios outros humanos realizavam o uso do que hoje chamamos de psicodélicos, e em busca de compreensão dos ditames universais estabeleceram o alicerce de suas culturas. Interessantemente, desenvolveram tecnologias que hoje não entendemos e puderam dispor de controles inimagináveis para um homem "primitivo", quero dizer, da utilização de uma matemática superior e complexa, da utilização de mecanismos mentais e rituais que hoje denominamos crenças. Talvez subestimamos o conhecimento antigo que encontrava-se baseado nas construções mentais e abstrações das mentes inebriadas por cogumelos, plantas e até substâncias animais. Ora, todo o conhecimento humano provém de nós mesmos, de nossas mentes "imateriais" que refletem-se na manipulação material. Todo nosso conhecimento, materiais, tecnologias, teorias, etc., provêm de nossas divagações e devaneios; são os pensamentos que nos permitem cada vez mais apreender e compreender o funcionamento do universo em sua estrutura interna e externa. Os trabalhos com enteógenos são de extrema importância, pois tal fenômeno está permitindo a redescoberta do homem tecnológico, informacional; voltamos a entender que uma compreensão humana do universo (mas não somente humana) deve estar dentro de nós mesmos, em nossa caixa craniana com toda a sua ramificação corporal. A redescoberta da mente deve ser antes de tudo uma redescoberta do si mesmo, e não apenas da natureza de funcionamento dos processos envolvidos e das tecnologias possíveis de serem desenvolvidas e exploradas. Enfim, que a força psíquica acorde das mentes desse planeta e continue a se desenvolver.