Amigos, a Revista Brasileira de Sociologia da Emoções publicou em sua edição atual (Volume 9- Número 26) meu artigo intitulado "A peleja da ilusão contra a realidade espiritual nos trabalhos do CHIED alagoano". Nesse manuscrito abordo os trabalhos feitos com a ayahuasca no Centro de Harmonização Interior Essência Divina, uma das vertentes da Linha da Unificação, estabelecida pelo mestre Francisco Souza de Almeida. O texto pode ser acessado no site: http://www.cchla.ufpb.br/rbse/WagnerLiraArt.pdf
Grande Abraço...
Wagner Lira
neoxamam@hotmail.com
http://enteogeniapernambuco.blogspot.com/
http://www.neip.info/index.php/content/view/1214.html
Espaço aberto àqueles que se interessam pelo fenômeno cultural do consumo de substâncias psicoativas e que queiram compartilhar informações relativas ao uso de drogas ou de plantas de poder. Bibliografias, perspectivas de estudo, construções epistemológicas, eventos culturais, científicos e experiências de pesquisa serão recorrentes nesse espaço de esclarecimento.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
A peleja da ilusão contra a realidade espiritual nos trabalhos do CHIED alagoano
Amigos, foi publicado um novo artigo meu esse mês da Revista Brasileira de Sociologia da Emoção (Volume 9, número 26). Nesse manuscrito abordo os fenômenos espirituais promovidos pela bebida ayahuasca num dos núcleos derivados da Linha da Unificação, O Centro de Harmonização Essência Divina. O artigo pode ser lido no endereço:
http://www.cchla.ufpb.br/rbse/WagnerLiraArt.pdf
Grande abraço:
Wagner Lira
neoxamam@hotmail.com
http://enteogeniapernambuco.blogspot.com/
http://www.neip.info/index.php/content/view/1214.html
http://www.cchla.ufpb.br/rbse/WagnerLiraArt.pdf
Grande abraço:
Wagner Lira
neoxamam@hotmail.com
http://enteogeniapernambuco.blogspot.com/
http://www.neip.info/index.php/content/view/1214.html
quarta-feira, 28 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
Inscrições para o edital de literatura de cordel terminam no dia 30 deste mês
Da assessoria do evento, por: Ascom-UFPE
Poetas, editores, produtores e pesquisadores que atuam com as culturas populares têm somente mais duas semanas (até o dia 30 deste mês) para se inscrever no Prêmio de Literatura de Cordel – Edição Patativa do Assaré, do Ministério da Cultura. Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins, com premiação total de R$ 3 milhões. São quatro categorias disponíveis e os candidatos podem se inscrever em duas, sendo premiado apenas em uma.
Na primeira categoria, voltada para a Criação e Produção, serão 100 prêmios. Do total, 80 serão destinados a publicações de obra inédita ou reeditada em folheto de cordel, no valor de R$ 7 mil cada. Outros 20 são para produtos artísticos formatados em livro, CD e DVD voltados para a literatura de cordel, xilogravura, repente, cantoria, coco, aboio e embolada no valor de R$ 22 mil cada.
Para a categoria de Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros publicados até 30 de maio de 2010) serão contempladas 10 iniciativas, no valor de R$ 25 mil cada.
Outros 50 projetos serão contemplados na categoria de Formação, destinada tanto para a qualificação de profissionais como para a formação leitora do público em geral, através do Cordel (cursos, seminários, oficinas, dentre outras atividades sócio-culturais de caráter educativo). Serão 10 prêmios para a manutenção e ampliação de atividades existentes, no valor de R$ 25 mil cada e outros 40 para projetos novos, no valor de R$ 15 mil cada.
Aqueles que divulgam o cordel e suas manifestações afins também poderão concorrer ao prêmio nesta edição, na categoria Difusão, que beneficiará 40 propostas. Os projetos podem ser em formato de evento (festivais, mostras, de shows e espetáculos, feiras, etc.) ou de produto cultural (como jornais, revistas, programas de rádios e sites, entre outros). Em qualquer um dos formatos, os prêmios serão divididos da seguinte forma: 10 iniciativas existentes (manutenção e ampliação da programação), no valor de R$ 30 mil cada, e 30 novas iniciativas, no valor R$ 20 mil cada. O edital completo encontra-se nos sites: www.cultura.gov.br ou www.mais.cultura.gov.br
Mais informações:
(61) 2024.2630 /2024.2628
Poetas, editores, produtores e pesquisadores que atuam com as culturas populares têm somente mais duas semanas (até o dia 30 deste mês) para se inscrever no Prêmio de Literatura de Cordel – Edição Patativa do Assaré, do Ministério da Cultura. Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins, com premiação total de R$ 3 milhões. São quatro categorias disponíveis e os candidatos podem se inscrever em duas, sendo premiado apenas em uma.
Na primeira categoria, voltada para a Criação e Produção, serão 100 prêmios. Do total, 80 serão destinados a publicações de obra inédita ou reeditada em folheto de cordel, no valor de R$ 7 mil cada. Outros 20 são para produtos artísticos formatados em livro, CD e DVD voltados para a literatura de cordel, xilogravura, repente, cantoria, coco, aboio e embolada no valor de R$ 22 mil cada.
Para a categoria de Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros publicados até 30 de maio de 2010) serão contempladas 10 iniciativas, no valor de R$ 25 mil cada.
Outros 50 projetos serão contemplados na categoria de Formação, destinada tanto para a qualificação de profissionais como para a formação leitora do público em geral, através do Cordel (cursos, seminários, oficinas, dentre outras atividades sócio-culturais de caráter educativo). Serão 10 prêmios para a manutenção e ampliação de atividades existentes, no valor de R$ 25 mil cada e outros 40 para projetos novos, no valor de R$ 15 mil cada.
Aqueles que divulgam o cordel e suas manifestações afins também poderão concorrer ao prêmio nesta edição, na categoria Difusão, que beneficiará 40 propostas. Os projetos podem ser em formato de evento (festivais, mostras, de shows e espetáculos, feiras, etc.) ou de produto cultural (como jornais, revistas, programas de rádios e sites, entre outros). Em qualquer um dos formatos, os prêmios serão divididos da seguinte forma: 10 iniciativas existentes (manutenção e ampliação da programação), no valor de R$ 30 mil cada, e 30 novas iniciativas, no valor R$ 20 mil cada. O edital completo encontra-se nos sites: www.cultura.gov.br ou www.mais.cultura.gov.br
Mais informações:
(61) 2024.2630 /2024.2628
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Fundaj inscreve para III Concurso Mário Pedrosa de Ensaios
Da assessoria da Fundaj, por: Ascom-UFPE
A Fundação Joaquim Nabuco, por intermédio de Diretoria de Cultura, torna pública a realização do III Concurso Mário Pedrosa de Ensaios sobre Arte e Cultura Contemporâneas. O concurso irá premiar três ensaios, com o objetivo de estimular e divulgar investigações centradas em aspectos diversos da produção artística e cultural contemporânea. "Crítica de Arte: entre o contingente e o histórico" é o tema desta 3ª edição, que premiará com R$ 30 mil cada um dos três vencedores. As inscrições acontecerão entre 26 deste mês e 24 de setembro.
Mais informações:
www.fundaj.gov.br
A Fundação Joaquim Nabuco, por intermédio de Diretoria de Cultura, torna pública a realização do III Concurso Mário Pedrosa de Ensaios sobre Arte e Cultura Contemporâneas. O concurso irá premiar três ensaios, com o objetivo de estimular e divulgar investigações centradas em aspectos diversos da produção artística e cultural contemporânea. "Crítica de Arte: entre o contingente e o histórico" é o tema desta 3ª edição, que premiará com R$ 30 mil cada um dos três vencedores. As inscrições acontecerão entre 26 deste mês e 24 de setembro.
Mais informações:
www.fundaj.gov.br
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Congresso Luso Brasileiro de Ciências Sociais em Salvador
A cidade de Salvador foi escolhida para abrigar, pela primeira vez, o Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, nos dias 12, 13, 14 e 15 de Dezembro deste ano. O Evento, que está em sua décima primeira edição, tem como tema as “Diversidades e (Des)Igualdades”, que serão discutidos em 16 eixos temáticos. Durante os quatro dias de evento, especialistas em ciências sociais e humanidades de diversos países estarão reunidos para debater a diversidade e a complexidade de sociedades diferenciadas, nos mais variados aspectos, como é o caso dos países de língua portuguesa.
A programação acadêmica acontece no campus de Ondina da UFBA, e conta com a realização de eventos públicos e atividades culturais no centro histórico de Salvador. O XI Congresso Luso Afro Brasileiro está sendo organizado por um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades publicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia.
O X Congresso Luso- Afro- Brasileiro de Ciências Sociais, aconteceu na Universidade do Minho- Campus de Gualtar - BRAGA - PORTUGAL de 04 a 07 de Fevereiro de 2009 e reuniu cerca de dois mil participantes . Para esta edição, estima-se um público ainda maior.
Mais informações:
http://www.conlab.ufba.br/
A programação acadêmica acontece no campus de Ondina da UFBA, e conta com a realização de eventos públicos e atividades culturais no centro histórico de Salvador. O XI Congresso Luso Afro Brasileiro está sendo organizado por um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades publicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia.
O X Congresso Luso- Afro- Brasileiro de Ciências Sociais, aconteceu na Universidade do Minho- Campus de Gualtar - BRAGA - PORTUGAL de 04 a 07 de Fevereiro de 2009 e reuniu cerca de dois mil participantes . Para esta edição, estima-se um público ainda maior.
Mais informações:
http://www.conlab.ufba.br/
Novo programa vai fomentar projetos e ações culturais no meio acadêmico
Da Assessoria de Comunicação Social/MinC, Por: Ascom-UFPE
O Ministério da Cultura lança novo programa para institucionalizar e dar status de políticas públicas às ações que vem desenvolvendo junto às instituições de ensino superior no País, além de fomentar novas iniciativas. A Portaria nº 70, de junho de 2010, assinada pelo ministro Juca Ferreira, lançando o programa Cultura e Universidade, foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira, dia 5de julho.
Atualmente, sete programas do MinC estão sendo executados nas universidades brasileiras, alguns deles em parceria com o Ministério da Educação (MEC) ou com as próprias instituições de ensino.
São eles o Programa de Extensão Universitária (Proex), o edital de Apoio às Pesquisas em Cultura (Pró-cultura), o edital Prêmio de Pesquisa em Cultura, o edital de Apoio à Extensão Universitária com Interface no Estado de São Paulo, o projeto de Produção e Circulação Artística na Universidade e o Programa Interinstitucional de Cultura das Universidades da Região Sudeste (PRINC).
Além de fomentar os projetos acadêmicos na área cultural, o programa também irá promover e difundir a produção artística e cultural do setor e estimular a formação de recursos humanos para trabalhar com gestão de políticas públicas de Cultura. O programa ainda vai apoiar os projetos de intercâmbio de alunos e docentes com instituições de ensino superior dentro e fora do país.
Segundo o diretor de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais do MinC, Afonso Luz, o Programa Cultura e Universidade visa transformar a produção intelectual das instituições de ensino superior do país em catalisadora e articuladora de políticas culturais contemporâneas.
Atualmente, o Ministério da Cultura apoia projetos em cerca de 130 universidades brasileiras, a maior parte deles [mais de 300] contemplados nos editais de apoio a pesquisa e a extensão universitária.
Mais informações:
(61) 2024.2234
http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/07/portarioa_cultura_e_universidade.pdf
O Ministério da Cultura lança novo programa para institucionalizar e dar status de políticas públicas às ações que vem desenvolvendo junto às instituições de ensino superior no País, além de fomentar novas iniciativas. A Portaria nº 70, de junho de 2010, assinada pelo ministro Juca Ferreira, lançando o programa Cultura e Universidade, foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira, dia 5de julho.
Atualmente, sete programas do MinC estão sendo executados nas universidades brasileiras, alguns deles em parceria com o Ministério da Educação (MEC) ou com as próprias instituições de ensino.
São eles o Programa de Extensão Universitária (Proex), o edital de Apoio às Pesquisas em Cultura (Pró-cultura), o edital Prêmio de Pesquisa em Cultura, o edital de Apoio à Extensão Universitária com Interface no Estado de São Paulo, o projeto de Produção e Circulação Artística na Universidade e o Programa Interinstitucional de Cultura das Universidades da Região Sudeste (PRINC).
Além de fomentar os projetos acadêmicos na área cultural, o programa também irá promover e difundir a produção artística e cultural do setor e estimular a formação de recursos humanos para trabalhar com gestão de políticas públicas de Cultura. O programa ainda vai apoiar os projetos de intercâmbio de alunos e docentes com instituições de ensino superior dentro e fora do país.
Segundo o diretor de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais do MinC, Afonso Luz, o Programa Cultura e Universidade visa transformar a produção intelectual das instituições de ensino superior do país em catalisadora e articuladora de políticas culturais contemporâneas.
Atualmente, o Ministério da Cultura apoia projetos em cerca de 130 universidades brasileiras, a maior parte deles [mais de 300] contemplados nos editais de apoio a pesquisa e a extensão universitária.
Mais informações:
(61) 2024.2234
http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/07/portarioa_cultura_e_universidade.pdf
terça-feira, 13 de julho de 2010
Xamãs, artesãos e mestres da cultura popular serão professores da UnB
Por: Ana Lúcia Moura- Da Secretaria de Comunicação da UnB
Benki Pianko é um grande especialista brasileiro em reflorestamento. Maniwa Kamayurá conhece em detalhes as técnicas de construção indígena. Lucely Pio é capaz de identificar com precisão qualquer planta do cerrado. Mas o conhecimento de nenhum deles veio das salas de aula. Eles aprenderam o ofício com o avô, com a avó, com o pai, com a mãe. E passam sua sabedoria aos mais novos, aos filhos, aos netos. Agora, vão ensinar o que aprenderam também aos alunos da Universidade de Brasília.
Benki, Maniwa e Lucely serão professores de uma disciplina de módulo livre que deve ser inaugurada no próximo semestre: Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais. Benki, que é mestre do povo indígena Ashaninka, no Acre, Maniwa, pajé e representante dos povos indígenas do Alto Xingu e Lucely, mestre raizeira da Comunidade Quilombola do Cedro, em Goiás, vão passar adiante o conhecimento acumulado durante mais de séculos nas comunidades onde cresceram e vivem até hoje. Benki e Maniwa são xamãs indígenas, líderes espirituais com funções e poderes ritualísticos. Lucely é mestre quilombola.
Além deles serão também professores da nova disciplina Zé Jerome, mestre de Congado e Folia de Reis do Vale do Paraíba, em São Paulo, e Biu Alexandre, mestre do Cavalo Marinho Estrela de Ouro de Condado, um dos tradicionais grupos folclóricos da Zona da Mata pernambucana, que reúne teatro, dança, música e poesia.
A criação da disciplina, que deve ter carga semanal de seis horas e depende ainda de aprovação do Decanato de Ensino de Graduação, faz parte de um projeto de introdução dos saberes tradicionais na universidade. “Queremos promover um diálogo, uma troca de conhecimentos", explica o professor José Jorge de Carvalho, criador e coordenador do projeto e também dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. "Os mestres que aqui estarão tem um modo de construir saberes que leva em conta não só o pensar, que é característico da cultura das universidades, mas também o fazer e o sentir”, completa o professor.
AVANÇO - O professor José Jorge destaca, no entanto, que a introdução dos saberes tradicionais não é uma negação da forma utilizada pelas universidades de produzir e transmitir conhecimento. “Pelo contrário. É uma soma. Sabemos coisas que os mestres tradicionais não sabem, assim como eles sabem muito do que não conhecemos. A universidade pode ser muito mais rica do que é”, acrescenta. Cada mestre passará duas semanas na UnB e será acompanhado por um professor na sala de aula. “A universidade pode ser mais rica do que é e para isso precisa fazer justiça à riqueza de saberes que existem no Brasil”, completa o professor José Jorge.
O diretor do Departamento de Antropologia, Luís Roberto Cardoso de Oliveira, lembra que a criação de disciplinas de módulo livre, que permitem aos alunos contato com um conhecimento totalmente fora de sua área, foi um avanço. "E colocar os mestres frente a frente com os alunos e ao lado dos professores é uma proposta que vai ainda mais além", comenta.
Para Nina de Paula Laranjeira, diretora de Acompanhamento e Integração Acadêmica do Decanato de Ensino de Graduação, a iniciativa por si só já demostra uma mudança nos modos de pensar. "Precisamos superar o paradigma de que o conhecimento está limitado à comprovação científica", afirma.
TROCA DE SABERES - As bases pedagógicas e antropológicas da nova disciplina serão discutidas nos dias 15 e 16 de julho, como parte do seminário internacional que vai tratar da introdução de novos saberes nas universidades. “O método de transmissão dos mestres tradicionais é completamente diferente do nosso. O ideal para a raizeira Lucily, por exemplo, é ensinar caminhando pelo cerrado”, explica o professor José Jorge.
Organizado pelos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e Ministério da Cultura, o Encontro de Saberes vai reunir mestres indígenas e de atividades folclóricas, professores brasileiros e latino americanos, além de representantes do Governo Federal. No encontro, serão apresentadas experiências de universidades de cinco países da América Latina que desenvolvem projetos de inclusão de saberes tradicionais em seus cursos, disciplinas e programas de extensão. O seminário, que acontece no Auditório Dois Candangos, também será uma oportunidade para os novos professores conhecerem melhor a UnB.
Entre os palestrantes estão o reitor da Universidade Amawtay Wasi do Equador, Maria Mercedes Díaz, da Universidade de Catamarca na Argentina, Jaime Arocha, professor de Antropologia da Universidade Nacional da Colômbia, Carlos Callisaya, coordenador das Universidades Indígenas da Bolívia no Ministério da Educação boliviano e Maria Luísa Duarte Medina, que atua em projetos de inclusão dos saberes indígenas nas instituições de ensino superior do Paraguai. “A presença de cada um deles mostra que a inclusão dos saberes tradicionais na academia é um movimento cada vez mais forte”, afirma o professor José Jorge.
Benki Pianko é um grande especialista brasileiro em reflorestamento. Maniwa Kamayurá conhece em detalhes as técnicas de construção indígena. Lucely Pio é capaz de identificar com precisão qualquer planta do cerrado. Mas o conhecimento de nenhum deles veio das salas de aula. Eles aprenderam o ofício com o avô, com a avó, com o pai, com a mãe. E passam sua sabedoria aos mais novos, aos filhos, aos netos. Agora, vão ensinar o que aprenderam também aos alunos da Universidade de Brasília.
Benki, Maniwa e Lucely serão professores de uma disciplina de módulo livre que deve ser inaugurada no próximo semestre: Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais. Benki, que é mestre do povo indígena Ashaninka, no Acre, Maniwa, pajé e representante dos povos indígenas do Alto Xingu e Lucely, mestre raizeira da Comunidade Quilombola do Cedro, em Goiás, vão passar adiante o conhecimento acumulado durante mais de séculos nas comunidades onde cresceram e vivem até hoje. Benki e Maniwa são xamãs indígenas, líderes espirituais com funções e poderes ritualísticos. Lucely é mestre quilombola.
Além deles serão também professores da nova disciplina Zé Jerome, mestre de Congado e Folia de Reis do Vale do Paraíba, em São Paulo, e Biu Alexandre, mestre do Cavalo Marinho Estrela de Ouro de Condado, um dos tradicionais grupos folclóricos da Zona da Mata pernambucana, que reúne teatro, dança, música e poesia.
A criação da disciplina, que deve ter carga semanal de seis horas e depende ainda de aprovação do Decanato de Ensino de Graduação, faz parte de um projeto de introdução dos saberes tradicionais na universidade. “Queremos promover um diálogo, uma troca de conhecimentos", explica o professor José Jorge de Carvalho, criador e coordenador do projeto e também dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. "Os mestres que aqui estarão tem um modo de construir saberes que leva em conta não só o pensar, que é característico da cultura das universidades, mas também o fazer e o sentir”, completa o professor.
AVANÇO - O professor José Jorge destaca, no entanto, que a introdução dos saberes tradicionais não é uma negação da forma utilizada pelas universidades de produzir e transmitir conhecimento. “Pelo contrário. É uma soma. Sabemos coisas que os mestres tradicionais não sabem, assim como eles sabem muito do que não conhecemos. A universidade pode ser muito mais rica do que é”, acrescenta. Cada mestre passará duas semanas na UnB e será acompanhado por um professor na sala de aula. “A universidade pode ser mais rica do que é e para isso precisa fazer justiça à riqueza de saberes que existem no Brasil”, completa o professor José Jorge.
O diretor do Departamento de Antropologia, Luís Roberto Cardoso de Oliveira, lembra que a criação de disciplinas de módulo livre, que permitem aos alunos contato com um conhecimento totalmente fora de sua área, foi um avanço. "E colocar os mestres frente a frente com os alunos e ao lado dos professores é uma proposta que vai ainda mais além", comenta.
Para Nina de Paula Laranjeira, diretora de Acompanhamento e Integração Acadêmica do Decanato de Ensino de Graduação, a iniciativa por si só já demostra uma mudança nos modos de pensar. "Precisamos superar o paradigma de que o conhecimento está limitado à comprovação científica", afirma.
TROCA DE SABERES - As bases pedagógicas e antropológicas da nova disciplina serão discutidas nos dias 15 e 16 de julho, como parte do seminário internacional que vai tratar da introdução de novos saberes nas universidades. “O método de transmissão dos mestres tradicionais é completamente diferente do nosso. O ideal para a raizeira Lucily, por exemplo, é ensinar caminhando pelo cerrado”, explica o professor José Jorge.
Organizado pelos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e Ministério da Cultura, o Encontro de Saberes vai reunir mestres indígenas e de atividades folclóricas, professores brasileiros e latino americanos, além de representantes do Governo Federal. No encontro, serão apresentadas experiências de universidades de cinco países da América Latina que desenvolvem projetos de inclusão de saberes tradicionais em seus cursos, disciplinas e programas de extensão. O seminário, que acontece no Auditório Dois Candangos, também será uma oportunidade para os novos professores conhecerem melhor a UnB.
Entre os palestrantes estão o reitor da Universidade Amawtay Wasi do Equador, Maria Mercedes Díaz, da Universidade de Catamarca na Argentina, Jaime Arocha, professor de Antropologia da Universidade Nacional da Colômbia, Carlos Callisaya, coordenador das Universidades Indígenas da Bolívia no Ministério da Educação boliviano e Maria Luísa Duarte Medina, que atua em projetos de inclusão dos saberes indígenas nas instituições de ensino superior do Paraguai. “A presença de cada um deles mostra que a inclusão dos saberes tradicionais na academia é um movimento cada vez mais forte”, afirma o professor José Jorge.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Falecimento do mestre Augusto Queixada
Por: Luis Pereira, disponível em: http://liberatusconscientiae.blogspot.com/2010/07/nota-de-falecimento-augusto-queixada.html
Augusto Jerônimo da Silva faleceu no dia 10 de Julho, sábado, as 12:00 hs, na UTI do Hospital João Paulo II, em Porto Velho/RO. Nascido em Russas no Ceará, estava então com 76 anos de idade conforme informado pela família. Ele foi vítima na quinta-feira passada de uma emboscada de dois homens em uma moto que o abordaram quando ele trafegava de carro com a esposa e em seguida efetuaram vários disparos. Atingido por quatro tiros, ele recebeu os primeiros cuidados na Policlínica Hamilton Gondin, no bairro Tancredo Neves e depois foi encaminhado ao Hospital João Paulo II no bairro Floresta. O fato está sendo apurado pelo 8º. DP.
Augusto Jerônimo da Silva, tratado por seus discípulos como Mestre Augusto e popularmente como Augusto Queixada, foi em vida uma personalidade forte, carismática, bem controvertida, líder do "Supremo Centro Espírita Beneficente Mestre Gabriel Templo de Salomão Augusta Ordem Marçonica Rosaluz Estrela Oriental Universal Soberana União do Vegetal".
Augusto Queixada é muito conhecido no meio cultural de Porto Velho. Foi um dos primeiros amos de boi-bumbá e pessoas das mais conhecidas. Foi ainda seringueiro, raizeiro, compositor, poeta, repentista, artista de circo, ótimo contador de histórias, entre outras peripécias, que como excelente humorista, sempre fazia as pessoas rirem com seu incomparável estilo nortista. Quem o conheceu de perto sabe o quanto ele defendeu a comunhão da Ayahuasca e o respeito que ele tinha para com esta mágica bebida milenar.
Ele conheceu o Mestre Gabriel ainda criança e com ele conviveu durante muito tempo, tendo acompanhado o Mestre na Umbanda e posteriormente na União do Vegetal. Conheceu também o Mestre Irineu, fundador do Santo Daime. Após o falecimento do Mestre Gabriel em 1971, na disputa pela sucessão, retirou-se da CEBUDV e criou sua própria distribuição do Vegetal, a primeira dissidência citada acima, sob críticas de muitos e admirado por um seleto grupo que o acompanhou em seu trabalho com o Vegetal.
Eu mesmo estive com ele de 1983 até 1999, quando me retirei para trilhar um caminho diferente. Apesar de minha divergência pessoal com a forma como o trabalho estava sendo conduzido em seu centro, me retirei guardando em meu coração muito respeito e consideração e faz alguns meses ainda conversei com ele por telefone.
Hoje de manha falei com alguns conhecidos em Porto Velho e também familiares que me informaram que o velório será longo, talvez 5 dias, a espera de discípulos, amigos e familiares que estão se deslocando de várias partes do país e o sepultamento será provavelmente em sua sede "Mariana" no bairro São Francisco. Me informaram ainda que ele, mesmo baleado, ainda retornou em casa para tomar um banho e beber o Vegetal antes de seguir para a Policlínica.
Para quem não o conheceu vejam neste link entrevista ao Diário da Amazônia:
http://www.diariodaamazonia.com.br/diariodaamazonia/index2.php?sec=News&id=1049
Durante o longo tempo em que convivi com ele, muitas vezes de forma íntima já que morei em sua casa durante um tempo, fui agraciado com aprendizados dos mais diversos. Uma boa parte desses ensinamentos foram sobre a vida, confiança no Vegetal e no Mestre Gabriel, liderança pró-ativa e muita disposição para lutar pelo bem e pelo belo. Já outros ensinamentos me foram passados por minha própria consciência justamente do que não se deve fazer ao testemunhar sua personalidade forte e intempestiva.
Neste momento em que escrevo esta postagem sinto com pesar a forma como ele foi levado a realizar esta passagem tão violenta e nutro sentimentos de que Deus o tenha em bom lugar e que sua alma seja abençoada para que se corrija e retorne logo para servir a humanidade em melhores condições.
Mestre Augusto nos corrigia constantemente na forma de falar, nem sempre em concordância com as regras ortográficas ou gramaticais, por exemplo certa vez eu lhe disse que estava com dores na coluna e ele me respondeu: "é por isso mesmo que tá doendo, você tem "coluna" que é feita de cimento, já eu tenho "espinhaço" que é feita de aço !". Outra vez, realizando alguma atividade laboral intensa lhe comentei que precisava descansar e ele respondeu: "só quem morre descansa, no máximo pare um pouco para repousar".
Então Mestre Augusto agora sim, Descanse em Paz!
Luis Pereira
*Nota: meu carinho e respeito por ele não significa conivência com sua vida particular e seus atos pregressos, que como já disse, foi bem controvertida e inclusive estava cumprindo prisão domiciliar por lamentáveis fatos do passado. Agora somente a Deus cabe o seu julgamento. Por isso informo que não permitirei comentários acusatórios neste blog. Grato pela compreensão.
Augusto Jerônimo da Silva faleceu no dia 10 de Julho, sábado, as 12:00 hs, na UTI do Hospital João Paulo II, em Porto Velho/RO. Nascido em Russas no Ceará, estava então com 76 anos de idade conforme informado pela família. Ele foi vítima na quinta-feira passada de uma emboscada de dois homens em uma moto que o abordaram quando ele trafegava de carro com a esposa e em seguida efetuaram vários disparos. Atingido por quatro tiros, ele recebeu os primeiros cuidados na Policlínica Hamilton Gondin, no bairro Tancredo Neves e depois foi encaminhado ao Hospital João Paulo II no bairro Floresta. O fato está sendo apurado pelo 8º. DP.
Augusto Jerônimo da Silva, tratado por seus discípulos como Mestre Augusto e popularmente como Augusto Queixada, foi em vida uma personalidade forte, carismática, bem controvertida, líder do "Supremo Centro Espírita Beneficente Mestre Gabriel Templo de Salomão Augusta Ordem Marçonica Rosaluz Estrela Oriental Universal Soberana União do Vegetal".
Augusto Queixada é muito conhecido no meio cultural de Porto Velho. Foi um dos primeiros amos de boi-bumbá e pessoas das mais conhecidas. Foi ainda seringueiro, raizeiro, compositor, poeta, repentista, artista de circo, ótimo contador de histórias, entre outras peripécias, que como excelente humorista, sempre fazia as pessoas rirem com seu incomparável estilo nortista. Quem o conheceu de perto sabe o quanto ele defendeu a comunhão da Ayahuasca e o respeito que ele tinha para com esta mágica bebida milenar.
Ele conheceu o Mestre Gabriel ainda criança e com ele conviveu durante muito tempo, tendo acompanhado o Mestre na Umbanda e posteriormente na União do Vegetal. Conheceu também o Mestre Irineu, fundador do Santo Daime. Após o falecimento do Mestre Gabriel em 1971, na disputa pela sucessão, retirou-se da CEBUDV e criou sua própria distribuição do Vegetal, a primeira dissidência citada acima, sob críticas de muitos e admirado por um seleto grupo que o acompanhou em seu trabalho com o Vegetal.
Eu mesmo estive com ele de 1983 até 1999, quando me retirei para trilhar um caminho diferente. Apesar de minha divergência pessoal com a forma como o trabalho estava sendo conduzido em seu centro, me retirei guardando em meu coração muito respeito e consideração e faz alguns meses ainda conversei com ele por telefone.
Hoje de manha falei com alguns conhecidos em Porto Velho e também familiares que me informaram que o velório será longo, talvez 5 dias, a espera de discípulos, amigos e familiares que estão se deslocando de várias partes do país e o sepultamento será provavelmente em sua sede "Mariana" no bairro São Francisco. Me informaram ainda que ele, mesmo baleado, ainda retornou em casa para tomar um banho e beber o Vegetal antes de seguir para a Policlínica.
Para quem não o conheceu vejam neste link entrevista ao Diário da Amazônia:
http://www.diariodaamazonia.com.br/diariodaamazonia/index2.php?sec=News&id=1049
Durante o longo tempo em que convivi com ele, muitas vezes de forma íntima já que morei em sua casa durante um tempo, fui agraciado com aprendizados dos mais diversos. Uma boa parte desses ensinamentos foram sobre a vida, confiança no Vegetal e no Mestre Gabriel, liderança pró-ativa e muita disposição para lutar pelo bem e pelo belo. Já outros ensinamentos me foram passados por minha própria consciência justamente do que não se deve fazer ao testemunhar sua personalidade forte e intempestiva.
Neste momento em que escrevo esta postagem sinto com pesar a forma como ele foi levado a realizar esta passagem tão violenta e nutro sentimentos de que Deus o tenha em bom lugar e que sua alma seja abençoada para que se corrija e retorne logo para servir a humanidade em melhores condições.
Mestre Augusto nos corrigia constantemente na forma de falar, nem sempre em concordância com as regras ortográficas ou gramaticais, por exemplo certa vez eu lhe disse que estava com dores na coluna e ele me respondeu: "é por isso mesmo que tá doendo, você tem "coluna" que é feita de cimento, já eu tenho "espinhaço" que é feita de aço !". Outra vez, realizando alguma atividade laboral intensa lhe comentei que precisava descansar e ele respondeu: "só quem morre descansa, no máximo pare um pouco para repousar".
Então Mestre Augusto agora sim, Descanse em Paz!
Luis Pereira
*Nota: meu carinho e respeito por ele não significa conivência com sua vida particular e seus atos pregressos, que como já disse, foi bem controvertida e inclusive estava cumprindo prisão domiciliar por lamentáveis fatos do passado. Agora somente a Deus cabe o seu julgamento. Por isso informo que não permitirei comentários acusatórios neste blog. Grato pela compreensão.
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