sábado, 22 de janeiro de 2011

Diferentes contextos, múltiplos objetos: reflexões acerca do pedido de patrimonialização da Ayahuasca

Autora: Júlia Otero dos Santos

Disponível em:
http://www.neip.info/html/objects/_downloadblob.php?cod_blob=1008

Resumo:

Esse trabalho investiga os possíveis significados, contextos, atores e redes que emergem a partir do pedido de reconhecimento do uso da Ayahuasca em rituais religiosos como patrimônio cultural do Brasil por parte de algumas religiões. A variedade de usos e concepções por parte do Santo Daime, Barquinha e União do Vegetal, bem como de alguns povos ameríndios acerca da bebida acaba por colocar a própria beberagem no centro da questão, obviando de certa forma os modos de fazer, saber e transmitir envolvidos nesse cenário. A diversidade onomástica, dos mitos de origem, dos símbolos e dos rituais que gravitam em torno da bebida nos faz questionar se estamos sempre diante de um mesmo objeto quando se pretende inventariar os usos rituais da Ayahuasca, conforme sugestão do Iphan. Ao analisarmos alguns dos contextos de seu uso – como nas igrejas associadas no pedido de patrimoniliazação e em alguns povos ameríndios –, buscamos mostrar como a bebida é um agente não-humano associado a humanos em diferentes redes ou contextos, o que nos impede de pensá-la como um objeto único significado de diferentes formas: cada contexto cria sua “Ayahuasca”. Nos termos de Gell (1998), podemos concebê-la como um agente sempre causador de efeitos em sua vizinhança. Com Latour (1988), podemos pensá-la enquanto um ator ou actante associado em várias redes. E em um vocabulário wagneriano,investigamos como o contexto molda o objeto (Wagner 1981).

Palavras-chave: Ayahuasca, contexto, agência

Um comentário:

  1. Ayahuasca é milenar: faz parte da cultura das Florestas!
    É Tradição: faz parte da cultura dos Nativos, deve ser preservada como se fosse um legado das Florestas!
    www.umbandaime.com.br

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