quarta-feira, 23 de março de 2011

Mulheres da Luz. Uma etnografia dos usos e preservação no uso do Crack

Dissertação de mestrado em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP, defendida no ano de 2000 por Selma Lima da Silva sob a orientação do Professor Dr. Rubens de Camargo Ferreira Adorno. A dissertação pode ser acessada na íntegra em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-27042008-180551/pt-br.php Segue abaixo o resumo.

Objetivo. Conhecer as relações que se estabeleceram entre a prática da chamada baixa prostituição feminina e a prática do uso de "crack" no local conhecido como "crackolândia", na região da Luz, zona central da cidade de São Paulo, no passado conhecida como "boca do lixo". Métodos. Realizou-se pesquisa etnográfica junto as mulheres que freqüentam e/ou fazem programas na região, observando as relações entre as práticas da prostituição e do uso do "crack". Resultados. A entrada do "crack" ocasiona conflitos entre as mulheres que se prostituem e o utilizam e as não usuárias, pelo fato de cobrarem menos pelo preço dos programas. Existe uma maior exposição para os problemas de saúde em especial para as DSTs/AIDS, ocasionados não só pelo uso do "crack", mas também pela situação de pobreza e crenças do que seja ser saudável. Contudo, observou-se que as mulheres usuárias do "crack" se valem de estratégias para o controle do uso e cuidados com o corpo. Conclusão. Verificou-se que o consumo de "crack" mais que uma adesão a uma substância é uma adesão a uma forma de viver no circuito da rua, também observou-se a existência de algumas formas - mesmo que incipiente - de cuidados com a saúde e o corpo dentro desse estilo de vida. Diante disto, propõe-se uma forma de atuação mais efetiva para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres, através de estratégias que elas mesmas já desenvolvem, trabalhando numa perspectiva de redução de danos para o consumo de "crack".

Palavras-chave: Prostituição feminina, uso de crack, estigmatização, auto-cuidados, redução de danos.

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